Pessoal, boa tarde, muito obrigado a todos que vem seguindo meu blog,
Lendo alguns jornais esta semana, observei uma pesquisa da OCDE
feita com professores de 33 países ao longo de 2013 e pasmem, o
Brasil está no topo de um novo ranking: o de quantidade de
“alunos-problema”. Seis em cada dez professores brasileiros ouvidos no estudo
internacional disseram que pelo menos 10% dos alunos são agressivos com colegas
e com professores, chegam atrasados e cometem até delitos como roubo em plena
sala de aula. É o maior índice de “alunos-problema” entre os países
pesquisados.
Com tantas questões
de comportamento entre os alunos, um professor no Brasil gasta, em média,
20% do tempo de aula para colocar ordem na sala (a média internacional é
de 13%). É muito tempo. Quer ver? Imagine uma escola que tenha a carga horária
mínima que é de quatro horas diárias — ou 800 horas distribuídas em 200 dias
letivos. Se os professores dessa escola gastarem 20% dessas quatro horas diárias
colocando ordem na sala de aula, serão 48 minutos perdidos por dia, restando
apenas 3 horas e 12 minutos para o conteúdo.
Vamos fazer uma conta
ainda mais cruel. Que tal multiplicar os 48 minutos gastos diariamente com
a bagunça na sala de aula pelos 200 dias letivos ao longo do ano? Surpresaaaaa:
são 160 horas a menos de conteúdo por ano. Sabe o que dá para ensinar de matemática,
ciências ou Física em 160 horas? Nossa, muita coisa.
“Nosso dilema na escola não é o conteúdo em si
porque este a gente domina e dá conta. Agora dar conta desses limites, dessa
diversidade, dessa indisciplina é o que é complicado”, relata um professor
nesse estudo.
Esse processo todo
obviamente não tem apenas uma explicação. Há, pelo menos, uma dezena delas.
O que se vê nas escolas hoje em dia são alunos desestimulados com
conteúdos distantes da sua realidade, professores sem autonomia e sem autoridade e
falta de perspectiva futura do jovem ou seja: o aluno continua indo às aulas,
mas se distancia do conteúdo, da escola e do professor. Não vê sentido naquilo
tudo. E, se não houver uma intervenção, esse mesmo aluno acaba largando a
escola e ainda pode levar um monte de aluno bom junto (vale lembrar: hoje, um
em cada dois jovens não termina o ensino médio no Brasil.)
Ok, já sabemos que
bagunça e comportamento atrapalham –e muito– a educação no Brasil. Já
conseguimos até calcular o tempo de conteúdo perdido em sala de aula. Ótimo.
Mas o que estamos fazendo para lidar com essa questão? Ou será que estamos
procurando melhorar pessoalmente, sendo mais consciente do nosso dever de
respeitar nossos educadores? Respeitar o colega que veio para aprender, para realmente
estudar e não se divertir? Sugiro aos colegas que façam esta reflexão, pois irão crescer como pessoa, como
ser humano e somente assim o Brasil
poderá sair dessa péssima colocação e a qualidade da nossa Educação avançar.