O livro
didático é um valioso recurso para o acesso à cultura e o desenvolvimento da
Educação. Em muitos lares brasileiros, ele é o primeiro livro que chega,
abrindo caminho para o hábito da leitura e o aprendizado. Ao longo dos anos,
quando começaram a ser produzidos no Brasil os primeiros livros didáticos, mudaram
muito. Há alguns anos atrás não se tinha todos os livros disponíveis e o
sacrifício dos pais era enorme para comprar os mesmos para seus filhos estudar
e nem todos tinham condições de comprar.
Felizmente o Brasil melhorou muito neste sentido e tem hoje
um dos programas mais avançados de aquisição de livros Escolares, que assegura
a distribuição gratuita de milhões de exemplares à rede pública de Ensino, um
caminho longo e que envolveu o trabalho de uma equipe multidisciplinar de
profissionais altamente capacitados e com experiência em sala de aula.
O processo de elaboração do livro
Escolar é mais complexo do que a gente imagina. Envolve etapas como a do
desenvolvimento de um projeto pedagógico-editorial; elaboração dos originais;
avaliação, preparação, revisão e edição do texto original; projeto gráfico;
pesquisa iconográfica e de referências para ilustrações; produção editorial e
produção gráfica. Todas elas conduzidas por especialistas que trabalham para
transpor, em linguagem com propósito didático, conteúdos e atividades que levem
à apropriação e construção do conhecimento e ao desenvolvimento de habilidades
e competências nas diferentes áreas do saber em uma vasta área territorial com
uma diversidade cultural enorme.
Porém nem sempre o livro didático é utilizado
adequadamente, pois o livro didático deve ser um suporte para o trabalho
realizado por professores e alunos e não ser um elemento isolado dentro do
contexto escolar, nem ser visto como padrão de excelência no processo ensino aprendizagem.
Mas, deve manter um relacionamento com os demais elementos do processo
educativo, que ao meu ver falta muita criatividade e vontade de alguns professores
em inovar na arte de ensino, afinal nós alunos temos as vezes que se virar para
aprender o conteúdo da matéria, que nem sempre é ensinado na altura do que se
cobra nas provas.
O livro didático deve ser um elemento provocativo da
compreensão da realidade vivida pelo aluno, ao apresentá-la sob outra
perspectiva, ou mesmo apresentar outras realidades e isso também é possível
através da prática pedagógica do professor, propiciando uma variedade de usos
desse material. Pois, o uso do livro didático se reveste de grande importância
na vida educacional. O processo de emprego do livro escolar modificou-se mais
do que as técnicas de sua confecção. O uso que o professor faça da competência
tem mais importância do que o próprio compêndio.
As mudanças que acontecem hoje em sala de aula, como o uso de novas tecnologias, pode ser
que não muito distante no futuro tenhamos o livro didático no tablet
em formato
pdf, ou num sistema mais inteligente em que possamos interagir com a internet
para aprofundar sobre o conteúdo estudado de forma on line, também seria bem
vindo uma forma de interação com outros estudantes e professores que estivessem
estudando o mesmo conteúdo, uma evolução bem vinda, tanto para elevar o nível
de aprendizado como também diminuir o peso da pasta que não tá nada fácil
carregar todos os dias tantos livros nas costas.
As revisões
nas diretrizes curriculares e expectativas de aprendizagem, impõem desafios
constantes à produção do livro Escolar, que acompanha com sucesso as
transformações da Educação nacional. O livro didático no Brasil atinge seu
propósito quando estabelece uma forte parceria com o Professor. Juntos eles
podem converter em realidade os mais nobres ideais da Educação.
Nenhum livro didático substitui o imprescindível
trabalho do professor.